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24 de outubro de 2019

O Jornalista Saulo Gomes e o seu Legado

Um profissional a frente de seu tempo:


   Nesta última, terça-feira dia 23/10/2019, o jornalismo brasileiro ficou órfão de um dos mais brilhantes profissionais da imprensa e que notabilizou-se dentre outras coisas, a partir do programa "Pinga - Fogo" encabeçado pelo grande médium Chico Xavier.  Saulo Gomes era um homem de grande expressividade e ao mesmo tempo, desprovido de vaidades. Trata-se de algo dificílimo no meio de mídia dada a empáfia de muitos que transitam no meio sem possuírem o  mínimo gabarito. Saulo Gomes possuí uma biografia que merece uma atenção a parte. Uma  história que de tão extensa,  rendeu  um livro com 395 páginas, escrito pela jornalista Adriana Silva. Ele foi um dos pioneiros da TV brasileira, combateu a ditadura, foi preso político, fez rádio, TV, entrou em lugares onde pouca gente teria coragem de entrar.  Frase emblemática de Saulo: "Não tenho medo da morte. Não tenho aos 89 e não tive aos 30 anos. Por isso fiz tudo o que fiz, pondo em risco a própria vida". Entre tantos títulos que ganhou, tem um preferido: “O repórter do Chico Xavier”. Acompanhou o médium que difundiu o espiritismo no Brasil por mais de 30 anos. Assistam abaixo, por gentileza, a  entrevista concedida pelo jornalista, Saulo Gomes ao programa da TV Bandeirantes do Triângulo mineiro: "DNA", apresentado pela  jornalista Fabiana Silbor em, 27 de dezembro de 2011:


Curiosidade

 Saulo Gomes passou 24 anos afastado da imprensa, pois não era afeito a entrevistas. O saudoso jornalista fazia questão de dizer que foi absolvido porque para todas as  acusações que sofreu apresentou provas.

História

  Saulo começou a fazer Jornalismo aos 28 anos. O jornalista que perde as contas dos prêmios que recebeu não terminou o Ensino Médio. Aprendeu a ser grande com prática e leitura, já que a situação familiar impôs o trabalho aos 13 anos e por isto ele teve que deixar a escola. A primeira reportagem foi feita em 1956, depois de ganhar um concurso para repórter da Rádio Continental, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, foi escalado para cobrir férias do setorista político e assim, definiu o caminho a percorrer.  Cobriu os escândalos políticos descobrindo a veia da reportagem policial e investigativa. Foram, então, incontáveis reportagens de vanguarda: cobriu tiroteio, sequestro, passou duas semanas viajando em uma jangada, resgatou reféns, entrevistou o general responsável pela prisão de Che Guevara, provocou o cenário político, perdeu o emprego três vezes pelas reportagens feitas. Em 31 de março de 64, dia do golpe militar, à frente da Rádio Mayrink Veiga, ele reuniu pessoas de combate, levou para o estúdio e passou 24 horas transmitindo protestos ao regime militar. Em retaliação, no dia 1º de abril, os militares invadiram a rádio de maneira nada amigável e Saulo deixou o Brasil  para exílio no Uruguai. Passou sete meses exilado e, quando voltou, foi preso por um ano e meio. Sendo assim, Saulo foi o primeiro  jornalista proibido de exercer a profissão pelos militares.


  Recomeçou em São Paulo. A tortura psicológica que sofreu, no entanto, teve efeito contrário ao pretendido pelos torturadores. Não se calou e iniciou uma campanha espinafrando o governo. Arriscou a própria vida para mostrar a realidade dos jangadeiros.  Nessa reportagem, feita logo após deixar a prisão, ele se aliou aos jangadeiros em busca de melhores condições. Passou duas semanas em alto mar, sem que sua esposa soubesse, sequer, se ele estava vivo ou morto. E provocou o presidente Costa e Silva, conseguindo a atenção do governo. Quando começa a relembrar os momentos com Chico Xavier, muda o ritmo. Com o Chico, eu começo a falar de amor. Saulo participou do programa Pinga-fogo, que se eternizou como registro do médium em rede televisiva.

 Vale frisar, que até os anos de 1968, o espiritismo era tratado como ‘casa do demônio’. Com as reportagens, o Brasil passou a conhecer as lições de Chico e a respeitar o espiritismo. A minha maior felicidade é saber a lição de amor que eu trouxe pelo Chico Xavier. Escreveu dois livros e criou um laço para a vida toda. Atualmente fazia palestras sobre Chico Xavier Brasil afora. A pergunta, ele diz, é sempre a mesma: Saulo é espírita?  Saulo respondia: sou repórter. Repórter não deve influenciar seu público declinando qual é seu time, ideologia política e religião. O jornalismo que faz quebrar as promessas de calmaria está sempre à frente.

   Há três anos e meio, era presidente da Associação Brasileira de Anistiados Políticos. Nessa semana, esteve em Brasília. Diz que alertou os demais integrantes sobre o fato de já estar com 90 anos, pensando em “respeitar as limitações da idade”.

 Saulo Gomes disse de certa feita, uma frase emblemática e muito lúcida: "Eu vejo o jornalismo de hoje com muita tristeza. Não se dá apoio, condições de trabalho ao repórter investigativo. O repórter investigativo é um profissional em extinção".

Finalizando

  Trata-se de uma honra lembrar das obras deste grande jornalista, que foi humilde e pregava isto com suas atitudes. Diante do exposto, fica o ensejo de que em novembro estarei trazendo uma matéria onde falarei sobre Chico Xavier. Tratarei dentre tantos aspectos, a dualidade existente no meio religioso como a hipocrisia e a intolerância religiosa. Deixo o registro dos meus sinceros e profundos sentimentos a família do supra jornalista, bem como a seus amigos e colegas de profissão.


Instagram: joaolucianooficial


João Luciano




14 de outubro de 2019

A Reintegração de Posse e o Déficit Habitacional no Brasil.

 Apropriar-se de uma terra, ilegalmente, jamais foi algo correto. No entanto, a situação humilhante, e portanto, descabida pela qual milhares de pessoas passam no país é algo surreal. A reintegração de posse é legal, no entanto, lidamos com a falta grave de um estado que não supri as necessidades de seus cidadãos. Apesar de estar discorrendo sobre um fato ocorrido em Carapicuíba, a cidade mais pobre do estado mais rico do país que é São Paulo, sabemos o déficit habitacional, da ausência do poder público e das mazelas sociais que são gritantes. Assistam abaixo, por gentileza, a reportagem exclusiva sobre "reintegração de terra" feita pelo programa: "Conexão Repórter" do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), apresentado pelo brilhante, colega, o jornalista: Roberto Cabrini:



   Um estado que exige justiça e ao mesmo tempo é injusto. Uma contradição surreal. O que pensar e o que fazer? Diante de tais fatos resolvi redigir esta matéria, a fim de mostrar os equívocos, ilegalidades e ao mesmo tempo as incoerências de um Brasil desigual, repleto de irregularidades e que insiste na prática dos mesmos erros. Triste, que em pleno século XXI, boa parte da sociedade viva das migalhas dadas por um estado que em nada se importa com os seus e que só faz agir com manipulação. Um poder público omisso e injusto. Precisamos cobrar e fazer com que o povo menos favorecido seja tratado com a devida dignidade. Conforme reza o artigo 1° inciso III da Constituição Federal  ao estabelecer o princípio da  dignidade da pessoa humana. Um Brasil tão rico e que deveria ter perspectivas. Na história, Em 26 de abril de 1500, realizou-se a 1a missa no Brasil. Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei Dom Manuel, o relato da viagem, com o seguinte trecho: “Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados (...) Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”. Pois é, “em se plantando, tudo dá”. Pero Vaz de Caminha, estava certo, realmente tudo dá, é factível, realizável,  mas acrescento: por conta da corrupção, omissão, descaso, injustiças, falta de interesse e tantas outras coisas, o Brasil não progride. O retrocesso tem uma razão de ser e não podemos tampar o sol com a peneira.


Do sofrimento

   A realidade é  cruel. O povo  brasileiro  desprovido do básico desdobra-se para viver em meio a uma realidade crítica, sub-humana, por falta de apoio do poder público que só o procura em tempos de eleição.  Dignidade é  uma palavra inexistente para o cidadão  menos favorecido que passa apertos diversos, inclusive, fome e ainda assim prossegue relutante na expectativa por dias melhores.  Um povo aguerrido, abandonado e que a despeito de todas as necessidades prossegue.


A desocupação e a falta de empatia

  Sabe-se que, a ocupação de um espaço requer o respeito às leis. Todavia, mesmo diante de algo errado sabemos também que a compaixão e a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outrem é  algo nobre. Falta esta nobreza a muitos. Não podemos jamais compactuarmos com algo errado, e portanto, ilegal. Mas podemos ter humanidade capaz de entender os sofrimentos de nossos irmãozinhos percebendo que o nosso próximo é  a extensão de nós  mesmos. O problema é que não há humanidade. Isto é deplorável e deprimente.  Nesta direção, penso o que será das próximas gerações...


Da ilegalidade

   A desocupação segue um ordenamento público embasado no cumprimento de leis que garantam o respeito de direito e deveres. Tudo muito bonito na lei, no entanto, o próprio poder público que garante o cumprimento das leis é  incoerente por não  garantir moradia para quem nada tem e rouba de modo aviltante e absurdo os nossos impostos por meio da corrupção e de altos salários que são um dissenso com a realidade de um assalariado que ganha todo o mês um salário de R$ 998,00.

Finalizando

 Conclusão, vivemos em um país que sempre teve como ser um país economicamente desenvolvido. O que não permite que o país avance é a corrupção que influencia no repasse de recursos, na falta de uma educação de qualidade, na falta de uma saúde digna, falta de saneamento básico e de tantas outras coisas.



Instagram: joaolucianooficial



João Luciano