Dra. Flavia Pitella é psicóloga (CRP
- RJ: 05/56639), psicanalista clínica e hospitalar,
professora universitária, Coach, Supervisora e Palestrante. Psicóloga Perita
Judicial - Membro da IPJUD (Instituto de Psicologia Jurídica), Membro da
ABOP (Associação Brasileira de Orientação Profissional), Membro da ABPSA
(Associação Brasileira de Psicologia da Saúde), Membro da SBP (Sociedade
Brasileira de Psicologia), Membro da ABRAPSO (Associação de Psicologia
Social), Membro da ANCP (Associação Nacional em Cuidados Paliativos), Membro da ABRAMEDE
(Associação Brasileira de Medicina de Emergência) e, têm 9 Pós-graduações e 2
MBAs.
Com a pandemia houve um expressivo aumento
das alterações de humor tais como depressão, síndrome do pânico, aumento da irritabilidade
dentre outros fatores. Por estes motivos que, eu entrevistei a Dra. Flavia
Pitella, para falar acerca da saúde mental. Aqui.
Como
a senhora analisa a fúria e a total falta de equilíbrio emocional de muitas
pessoas no mundo pós-pandemia?
R: Após
dois longos anos de pandemia (anos estes que parecem ainda não ter terminado),
podemos dizer que a COVID não causou apenas emergências de saúde pública na
parte física e biológica da população, a COVID causou diversas sequelas em
termos de saúde mental, sensação de segurança e bem-estar tanto de indivíduos
quanto de comunidades.
- Do ponto de vista individual, a COVID gerou
insegurança, confusão, isolamento emocional e estigmatizações diversas. Do
ponto de vista coletivo, a COVID intensificou perdas econômicas, desemprego,
fechamento de escolas e universidades, sobrecarga do sistema de saúde e até falta
de insumos e afins. No entanto o que vemos em comum entre esses 2 pontos de
vista é o acirramento das desigualdades econômico-sociais em países já
terrivelmente desiguais, assim como o Brasil. Tais efeitos, podem ser
observados numa variada de reações emocionais, como o estresse e condições
psiquiátricas diversas, além de comportamentos não saudáveis (como o abuso de
álcool e de drogas) e da não aderência às diretrizes de saúde pública (como a
recusa de confinamento por parte dos que contraem a doença e por parte da
população em geral). Muitas outras sequelas psicológicas também poderão
emergir, seja da própria COVID, seja das estratégias utilizadas para mitigar
sua propagação. Para tanto podemos citar exemplos como a elevação do medo e da
depressão, bem como, da ansiedade, irritabilidade, agressividade, insônia,
apatia, pânico e outras, associados ou não ao lockdown.
- Em
suma, a pandemia enalteceu alarmantes implicações para a saúde individual e
coletiva, além do funcionamento social, emocional e cognitivo. Urge, portanto,
ações de combate imediatas em prol da conscientização da importância da saúde
mental. Por isso podemos dizer que estamos vivendo, de forma intensificada,
numa sociedade de risco mundial. Importante lembrar que, não bastando o elevadíssimo
número de casos, mortes e infectados, os sistemas hospitalares foram
praticamente destruídos, devido a um inimigo invisível que afetou corpo e mente
de todos. Indispensável não levar em consideração que o impacto psicológico é
mais extensivo e duradouro do que os efeitos somáticos ocasionados pela
pandemia.
- Como
a literatura científica mundial tem registrado, muitas pessoas podem morrer
mais do confinamento físico e social a que são submetidas do que, propriamente,
da COVID, devido ao estresse psicológico, bem como, à falta de exercício físico
e de conexões sociais, além de necessitarem postergar consultas e procedimentos
médicos não relacionados ao CORONAVIRUS. Outros dados também têm mostrado que o
ano de 2020 registrou, aproximadamente, mais de 300 mil suicídios adicionais no
mundo devido à quarentena e às crises econômicas subsequentes. Com isso, a
pandemia psicológica também parece ter feito com que alguns indivíduos
buscassem esconder seus medos atrás das cortinas fechadas de seus confinamentos
pessoais e profissionais. Em outras palavras, ainda não conhecemos as respostas
conclusivas e as soluções definitivas sobre o assunto, tampouco como lidar com
futuras pandemias desse mesmo porte. Entender a psicologia da COVID é entender
como os indivíduos percebem e respondem as incertezas de uma sociedade de risco
mundial, o que automaticamente significa construir a resiliência para o
enfrentamento de futuras pandemias. Sendo resiliência a capacidade para
ajustar-se aos desafios de forma flexível, recuperando-se rapidamente da
dificuldade, trata-se de habilidade específica para o futuro da humanidade,
espero e acredito que a próxima década venha a ser totalmente dedicada à saúde
mental.
Qual
a razão de as pessoas terem se tornado tão intolerantes e agressivas umas com
as outras?
R: Diante de uma doença avassaladora como a
COVID, que levou ao colapso de serviços de saúde em todo o país, este deixou
rastros como mais de quinhentas mil mortes e milhões de infectados, a sociedade
brasileira ainda viu emergir uma onda de intolerância que contamina as próprias
relações entre as pessoas. Os reflexos podem ser vistos de Norte a Sul do país,
seja em uma briga de trânsito que vira perseguição seguida de atropelamento ou
uma discussão por causa do uso de máscaras que acaba em morte. Ainda que a
intolerância já se fizesse presente no Brasil e no mundo desde sempre na
história das relações humanas, a pandemia potencializou em muito a falta de
empatia, de paciência e de respeito nas relações pessoais e nas normas de
convivência.
- O
agravamento da intolerância motivado pela pandemia ocorre porque o cenário
atual funciona como um vetor da hiperindividualização, inclusive nas respostas
que a sociedade tem recebido dos gestores públicos, que responsabilizam os
próprios indivíduos pelo processo de prevenção e cura. O medo da morte
desacopla mais ainda esse pertencimento, o que suscita uma situação que pode
ter como consequência o aumento da intolerância, da violência de um contra o
outro, porque as pessoas não se percebem como seres sociais de um grupo único.
No entanto é indispensável ressaltar que qualquer mudança de contexto
influencia a resposta emocional das pessoas diante de cada situação. Por isso,
já é possível observar determinadas mudanças no comportamento das pessoas, seja
no aumento na intolerância porque determinados comportamentos foram afetados
pelas condições que elas são obrigadas a vivenciar.
- O contexto da pandemia, porém, não explica
toda essa intensidade da atual onda de intolerância, já que este é um
comportamento social que não aflorou somente agora. Mas que, no entanto, ganha
corpo em determinadas circunstâncias e períodos históricos tais como a
pandemia. Esse contexto da pandemia afeta diferentes segmentos da população de
diferentes maneiras, tais como o distanciamento, os protocolos de segurança
sanitária e o isolamento influenciam de forma muito intensa o comportamento
humano, estes são fatores que têm um efeito depressivo, o qual pode provocar
ansiedade ou sofrimento psicológico em alta escala, porque o ser humano busca
por natureza a socialização. Esse contexto ainda favorece para deixar as
pessoas irritadas. De acordo com uma pesquisa sobre saúde mental feita pela
Pfizer Brasil em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e
Consultoria), com 2 mil brasileiros, a irritação ficou em segundo lugar,
empatada com a insônia, no rol de sintomas ligados à saúde mental mais sentidos
durante a pandemia. Só ficou atrás da tristeza, como mostra o quadro a seguir.
- Todas
as alterações comportamentais afetam diretamente a irritabilidade das pessoas,
e os problemas emocionais causados pela pandemia exacerbaram a intolerância.
Ainda que a intolerância venha em uma onda crescente no Brasil e no mundo, como
nós já víamos antes do surgimento da COVID, a pandemia foi um catalisador e
potencializou em muito a intolerância dos brasileiros. Essa intolerância pode
se manifestar como um ataque de fúria, tal como em brigas de trânsito, ou
insubordinações às normas impostas pelos governantes para enfrentar a ameaça da
COVID. O adoecimento mental da população na pandemia, e os sintomas de que algo
pode estar errado com a saúde mental das pessoas afetam diretamente o
comportamento humano. Os transtornos psiquiátricos vão afetar a funcionalidade
das pessoas, seja no rendimento do trabalho, nos relacionamentos dentro de
casa, nos relacionamentos interpessoais de forma geral. É muito mais difícil
ser empático com o outro quando a gente está vivendo um momento de maior
dificuldade pessoal. Mas, quando temos menos pessoas pensando no coletivo,
aumenta de certa forma o sofrimento geral. A reação a esses sentimentos precisa
vir, justamente, da coletividade.
- Para driblar a intolerância é preciso
trabalhar a perspectiva do “nós”, do pertencimento ao grupo. É importante
ressaltar que se cada vez mais a gente individualizar as responsabilidades pelo
convívio, cada vez menos vamos ter uma sociedade que cumpra regras, normas e
valores que são condensados na perspectiva de vida em grupo.
Onde
nasce a desestabilização emocional e como tratar a pessoa que esteja vivendo
isso?
R: O desequilíbrio emocional pode ter
uma causa específica, como a sobrecarga no trabalho, o fim de um
relacionamento, algum desentendimento familiar ou até mesmo a pandemia.
Frequentemente pode ser causado também por diferentes fatores acumulados, que
geram estresse e levam ao descontrole.
- As pessoas que sofrem de desequilíbrio ou
descontrole emocional apresentam alterações frequentes e inesperadas de humor,
além de reações desmedidas às más notícias e acontecimentos inesperados. As
pessoas que possuem desestabilidade emocional reagem de forma exagerada diante
de um pequeno imprevisto. Tudo pode ser um motivo para o descontrole e é comum
que as pessoas acreditem que essa irritabilidade seja apenas um traço de
personalidade, imutável, sem perceber que sofrem de descontrole emocional. Por
não reconhecerem o problema não procuram ajuda. Em alguns casos essa
personalidade forte indica um transtorno de personalidade e de humor nunca
tratados. Eles trazem malefícios para a própria pessoa, que sofre com o
descontrole e sente muita culpa, bem como para seus amigos, colegas e
familiares, que estão sempre receosos, temendo o comportamento agressivo.
- O descontrole emocional, é caracterizado por
alterações repentinas de humor, reações exageradas a imprevistos comuns do dia
a dia ou comportamento apático com relação a situações importantes. Geralmente,
acontece quando o indivíduo está enfrentando episódios de muito estresse, de
frustração e também pode estar relacionado a aspectos da criação da pessoa.
Pode ocasionar episódios de raiva que resultam até em situações de agressão
física ou automutilação. Entre os sintomas estão presentes a insônia, a
irritabilidade, a dificuldade de concentração, que pode levar à improdutividade
e consequentes cobranças que elevam os níveis de ansiedade, aumentando ainda
mais a improdutividade. Ainda como consequência da sobrecarga emocional, podem
aparecer sintomas físicos, como dores de cabeça, dores musculares e problemas
gastrointestinais. Esses sintomas são somáticos, portanto, ao procurar um
médico não se descobre uma causa orgânica.
- Para tratar é indispensável conhecer as
causas do problema: identificar e entender o que está causando o desequilíbrio
emocional é um passo muito importante para o tratamento. Assim, com a ajuda de
um profissional qualificado, será possível encontrar maneiras de lidar melhor
com esse sentimento. É importante também ter consciência da importância do
autoconhecimento e da autoconfiança, há que ambos são fundamentais para
controlar os sentimentos. Dessa forma, será possível saber o seu potencial para
enfrentar essa situação. Evidentemente que pensamento positivo é indispensável,
já que pensamentos negativos possuem muito controle sobre nossos sentimentos,
por isso ser otimista sempre que puder ajuda demais o nosso sistema imunológico
e saúde mental. Outra dica imperdível é saber desenvolver maneiras de estar no
controle de suas emoções, pois com a ajuda de um profissional, é possível
desenvolver a inteligência emocional, a qual ajudará a entender e controlar os
sentimentos. Por fim, lembrar que esse sentimento é inerente às características
emocionais dos seres humanos, é primordial.
Casos
de depressão aumentaram em razão do que chamam de um vazio existencial. O que a
senhora pensa e explica sobre essa questão?
R: O vazio existencial é um sentimento de apatia
e desmotivação que faz com que as pessoas deixem de ver sentido em suas vidas.
As vezes ele surge do nada, outros casos são experimentados por indivíduos que
sofreram acontecimentos marcantes negativamente, como uma separação ou a perda
abrupta de um ente querido, e atualmente até mesmo como sequela do
pós-pandemia.
- Geralmente, o contexto em que a gente vive
acaba tendo maior peso nas horas que esse sentimento se manifesta, isso porque
muito do que vivenciamos diariamente tem impacto nas nossas emoções. Essa
sensação de que nos falta algo que não se sabe o que é geralmente nos pega
desprevenidos. Esses, no entanto, não são os únicos momentos em que esse
sentimento nos acomete. O vazio existencial traz muitos problemas para o nosso
dia a dia, mas os comportamentos e sintomas que manifestamos podem ser os mais
variados possíveis. Muitos deles estão relacionados a negatividade e a não
vontade de fazer certas coisas, pontos esses que são muito semelhantes aos sintomas
da DEPRESSÃO, por exemplo. Algumas pessoas conseguem percebê-lo mesmo
estando em uma multidão. Um dos fatores que potencializa o vazio existencial é
a sensação de que a vida não tem propósito, como se o passar dos dias fosse
apenas para estudar, trabalhar, pagar contas, ter alguns momentos de prazer e
envelhecer. Algumas pessoas podem ter o olhar cristalizado e embrutecido pela
rotina, focando-se unicamente nas questões de ordem prática e, na mesma medida,
deseducando o olhar para enxergar encantamentos nas situações cotidianas. Outra
questão atrelada ao vazio existencial é a dificuldade de encontrar e entender
os papéis de cada um dentro da sociedade.
- O vazio ecoa de dentro pra fora abalando
todas as áreas da vida dessa pessoa. Isso atinge seus comportamentos, suas
escolhas e, principalmente, sua relação pessoal consigo mesma, afinal ela se
desconecta de toda e qualquer coisa mais interna. É um sentimento que abala
todo o dia a dia da pessoa, porque ela fica se sentindo perdida, com medo e completamente
travada pelas próprias emoções. Muitas pessoas descrevem a sensação como algo
pesado, sufocante, que gera ansiedade e, em alguns casos, pode até levar à
DEPRESSÃO. Não é fácil passar pelo processo do vazio existencial, afinal ele
suga todas as suas energias com esses questionamentos constantes. As perguntas
que esse vazio pode trazer são infinitas, porque todas elas traduzem o
estranhamento e a insegurança que aquela pessoa está vivendo no momento. Isso
sufoca muito, porque a pessoa sente que está sem rumo para seguir, além de se
sentir completamente solitária, desamparada e incapaz de tomar as próprias
decisões. Esses comportamentos que se tornam tóxicos para ela e para as
relações que ela constrói ao seu redor, já que passa a se afastar, a se fazer
mais ausente com relação aos seus amigos e familiares.
- Além
disso, alguém que enfrenta esse tipo de problema pode acabar buscando outras
coisas para preencher esse “vazio”, seja em pequenos vícios como o cigarro ou o
consumismo de compras ou outros mais pesados, como o uso de drogas. Lidar com o
vazio existencial vai muito além de abraçar a sua situação e os seus medos. Se
precisa, primeiramente, entender o significado desse vazio existencial e os
motivos que te levaram até ele. Isso porque é uma sensação que vai ocupar
grande parte do seu dia a dia, abalando o seu psicológico consideravelmente e
te deixando muito mais inseguro. Entender a origem do problema é encarar a
essência dele, isto é, combater a raiz da questão para evitar que o sentimento
de vazio retorne.
- É possível fazer isso desenvolvendo melhor
uma autoconsciência emocional, o que significa nada mais é do que a sua
percepção interna, o seu olhar analítico interior, que vai fazer com que você
entenda porque age de determinado jeito e os motivos que te levam a se sentir
inferior, triste ou tudo que for negativo. Esse é um exercício que demanda
certa energia também, mas ele é eficaz e te permite entender detalhes sobre
suas limitações, sua personalidade e até seus traumas mais antigos, de
preferência tudo trabalhando em psicoterapia. Pessoas que não enfrentam o vazio
existencial também devem tentar praticar a sua autoconsciência, afinal é sempre
interessante compreender mais profundamente sobre si mesmo. Contudo, aqueles
que lidam com a síndrome do vazio podem e devem realizar esse exercício, porque
isso dará mais estabilidade para que elas voltem a buscar aquilo que gostam de
fazer e sentir. Outro ponto importante a ser trabalhado, é a prática da
autoaceitação.
- Muito se fala sobre se conhecer e se
cuidar, mas pouco se toca na questão do próprio reconhecimento. Aceitar a si
mesmo é um obstáculo difícil, especialmente em tempos onde gostamos de nos
comparar com outras pessoas nas redes sociais ou em qualquer espaço mais expositivo.
- Entretanto, quando tocamos na saúde mental,
é preciso se desprender dos padrões de aparência, de qualidade de vida e
sociais que vemos por aí. Esses são rótulos que só demonstram a fragilidade e
carência que nossa sociedade tem enfrentado nos últimos tempos, com todo o
avanço das tecnologias, aumento de informações e acessos. O jeito mais eficaz e
rápido de superar o vazio existencial de vez e não apenas conviver com ele é
ter AUXÍLIO PSICOLÓGICO. Porém muitas pessoas acham que PSICOTERAPIA serve
somente para dúvidas cotidianas, transtornos de ordem mental e problemáticas
nas relações, mas ela pode ajudar em muito mais coisas do que se imagina. A
terapia, quando feita com um profissional qualificado e ético, é responsável
por te deixar confortável em um ambiente de diálogo e resolução de questões
tanto internas, quanto externas. Ela tem um poder de análise muito grande, o
que garante que seus problemas sejam ouvidos e trabalhados até que você mesmo
encontre soluções.
Pessoas
estão, inclusive, fazendo uso de cigarros eletrônicos para conter ansiedades e
se tornando viciadas. O que é e qual o grau de prejuízos o cigarro eletrônico
pode gerar nos jovens?
R: O cigarro eletrônico contém um cartucho que
armazena nicotina líquida, água, substâncias aromatizantes e solventes, como
glicerina e propilenoglicol. De acordo com a OMS, toda e qualquer forma de
nicotina causa dependência. Embora tenham sido introduzidos no comércio como
uma alternativa para os cigarros convencionais, seu uso se popularizou,
especialmente entre os jovens. No entanto, ainda não há estudos que comprovem a
eficiência contra o tabagismo ou mesmo a segurança do seu uso. Ainda assim,
pesquisas apontam que os dispositivos podem fazer mal à saúde, mesmo no caso
das opções sem nicotina e mesmo que possam ser menos nocivos que os
convencionais, já que não produzem alcatrão ou monóxido de carbono, que causam
doenças pulmonares e câncer.
- De
acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o vapor emitido pelos
aparelhos pode causar ou aumentar as chances de infecções pulmonares (como
enfisema pulmonar). O Inca reforça que os dispositivos não são seguros, podendo
também causar dermatite, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer. Além
disso, o Instituto alerta para o risco de experimentação do cigarro
convencional, que pode ser três vezes maior para pessoas que usam cigarro
eletrônico. Sendo quatro vezes maior o risco de que a pessoa se torne usuária
do cigarro convencional, o que acarretaria outros prejuízos à saúde, já
conhecidos e relacionados à prática. Entre os jovens, pelo menos 1 a cada 5
jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, ou seja, 19,7%.
- Os jovens começam a usar o produto pelos
mesmos motivos que as pessoas começavam a fumar cigarro no passado, necessidade
de aprovação e de se enturmar. Existe a falsa impressão de que o dispositivo é
menos danoso à saúde, mas a médica explica que, no caso do cigarro eletrônico,
o maior risco não está associado à nicotina e sim em aspirar outras substâncias
presentes no aparelho, como determinados metais pesados. Mesmo que a venda do
produto seja proibida no Brasil desde 2009, é fácil encontrar cigarros
eletrônicos sendo comercializados.
- Ainda existe um pensamento disseminado
entre os jovens e consumidores de cigarro eletrônico ou vaping que a utilização
do cigarro eletrônico não causa danos ao organismo. Entretanto, como dito
acima, além da dependência à nicotina, as várias substâncias contidas no
dispositivo podem causar doenças específicas. Há pouco tempo houve o surgimento
em dezenas de consumidores, inicialmente nos Estados Unidos, mas também,
posteriormente, em outros países, de um quadro clínico grave de lesão pulmonar
associada ao uso de cigarro eletrônico, chamado pela sigla em inglês de EVALI,
com alto grau de mortalidade aparentemente associada ao óleo adicionado ao
dispositivo de vaping.
- Têm sido descritas outras doenças
cardiovasculares e doenças pulmonares. Está muito claro, atualmente, que o
tabagismo ou a vaporização de substâncias por meio do cigarro eletrônico são
fatores de risco evitáveis e responsáveis por mortes, além de demandar alto
custo para o sistema de saúde e diminuir a qualidade de vida do cidadão e da
sociedade. Já foi constatado que o uso de cigarros eletrônicos aumenta a chance
de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram. A
iniciação com cigarro eletrônico entre os jovens se dá pela necessidade de
inserção no grupo, por acreditar que ele não é nocivo e pelos diversos sabores
colocados à disposição do jovem usuário. Como todos eles têm um alto teor de
nicotina, à medida que o tempo passa o jovem passa a ficar dependente da
nicotina, como são os fumantes de cigarro convencional.
- Em
acréscimo, os cigarros eletrônicos apresentam a facilidade da nicotina ser
aumentada gradativamente, levando à dependência e à busca de outros produtos
que contenham tabaco. O Brasil dispõe de um sistema de pesquisa e vigilância
que possibilita a produção de estimativas nacionais e regionais sobre o uso do
tabaco, exposição ambiental à sua fumaça, cessação, exposição à propaganda pró
e anti tabaco, conhecimentos e atitudes, preço médio e gasto médio mensal com
cigarros industrializados, dentre outras informações, o que possibilita o
controle e a prevenção contra o tabagismo. A porcentagem de fumantes no Brasil
vem diminuindo progressivamente, tendo caído de 33,6% em 1990 para estes
números atuais. O Brasil é considerado como o país que mais rapidamente vem
diminuindo o número de fumantes no mundo.
Como
as pessoas podem fazer para terem um atendimento com a senhora, quais as suas
páginas?
R: PROJETO TERAPIA PRA TDS -
fundado em SET/15 e suas equipes coordenadas pela Psicóloga Fundadora e
Coordenadora Flavia Pitella (CRP:05/56639), psicóloga esta que tem como lema:
“SAÚDE MENTAL é um direito de TODOS e deve ser acessível à TODOS”.
#TERAPIAPRATDS
Atendimentos
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da Dra Flavia Pitella – Terapia
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E-mail: terapiapratds@gmail.com
João Costa - jornalista. Instagram. Aqui.