Imagem: divulgação
Reginaldo Fonseca é Consultor de moda, escritor, fundador e idealizador da Cia
Paulista de Moda, é reconhecido como um dos mais renomados profissionais em
consultoria, mentoria e direção executiva/artística de eventos e ações de moda
em todo o Brasil, possuí mais de três décadas de experiência e expertise no
mercado fashion mundial. Sintonizado com as novas tecnologias e demandas de
desenvolvimento no segmento, já atendeu centenas de clientes espalhados pelo
Brasil, Paris, Londres, Portugal, Dubai, Angola, Itália, Peru, entre outros.
Em meio a um contexto de recomeço, as
pessoas possuem curiosidades sobre quais as novas tendências da moda pós
pandemia. Foi pensando nisso que eu entrevistei, com exclusividade, o bem-sucedido
empresário e consultor de modas, Reginaldo Fonseca.
Quais são as novas
tendências, inovações e tecnologias no mundo pós-pandemia?
R: No momento, todos nós precisamos de
alegria, e a coleção Verão 2021-2022 vai traduzir claramente isto, através de
cores super coloridas, com muitas ombreiras, cinturas marcadas, alfaiataria,
brilhos com aquela coisa do alto glamour, e da “Era Disco’, que já
marcou as passarelas em diversas temporadas.
- As pessoas querem
liberdade e a moda se associa a essa ideia, para que os indivíduos saiam às
ruas e sejam vistos da melhor forma. Tudo indica que será um processo interno
de revitalização, após quase dois anos de pandemia, um período que foi marcado
por restrições, de ficar recluso em casa e não ter vida social.
- Já as inovações se darão
em relação aos tecidos, tendo em vista que o planeta está cada vez mais quente,
o que leva os designers de moda a adotarem tecidos cada vez mais finos. Sem
falar que há tecidos para todos os gostos, desde roupas mais esvoaçantes,
soltas, fluidas, até roupas mais justas.
No dia 25/10, você
ministrou um workshop a convite do “Modaconnect”. Quais foram os principais
tópicos e qual o diferencial deste evento?
R: Foi maravilhoso ter estado novamente
em Brasília, cidade que amo. A Ana Beatriz e a Josi, do Modaconnect, me
convidaram para ministrar o workshop, marcando o encerramento de projetos do
ano de 2021.
- Na oportunidade, procurei
levar às pessoas o que está acontecendo no mundo de hoje, não só no
pós-pandemia. Tentei projetá-las a uma viagem no tempo, a fim de que elas
compreendessem o que aconteceu nos últimos 10 anos e o que poderá acontecer na
próxima década. As mudanças envolvem tudo e nos levam a um novo comportamento.
A moda está sempre baseada na mudança de comportamento das pessoas, para poder
vender e atender o consumidor, que é super exigente.
- O maior diferencial deste
workshop é cuidar das pessoas que fazem uma moda artesanal. Particularmente, sou
apaixonado pela artesania, o chamado “feito a mão”, já que estamos tão cansados
de tudo o que é muito industrializado. Vejo que muitos países estão levantando
suas bandeiras do “Use o Nacional”. Sem contar que temos um artesanato
primoroso no Brasil, que é um dos nossos diferenciais.
Atualmente fala-se bastante
sobre Moda Inclusiva. A seu ver, qual a importância desse projeto e no que ele
beneficia as pessoas?
R: É algo fantástico. Até porque a
indústria da moda pensa em tudo e em todos: no corpo, na cor, no bolso, no
clima, no sexo e no estilo de vida. Enfim, tudo é muito bem pensado para que o
produto chegue até a arara, à loja e, claro, ao nosso guarda-roupa.
- Um evento como o do
Modaconnect é fundamental para beneficiar as pessoas. Existem grandes talentos
que, muitas vezes, ficam no anonimato por não terem a oportunidade de mostrar
os seus trabalhos para um maior número de pessoas.
- Na minha visão, o mais
importante é qualificar as pessoas em relação ao universo da moda e ao que elas
podem fazer de melhor. Logo, as palavras Moda e Inclusão devem andar de mãos
dadas, e o Modaconnect sai na frente por pensar nisso, beneficiando essas
pessoas em vários aspectos.
O que é, qual a
finalidade e como surgiu a Moda Inclusiva?
R: A moda inclusiva é fundamental e já
aparece nas passarelas e nos grandes lançamentos. Reafirmo: a moda é para todos
e a indústria da moda traz inovações e tendências para todos, sem exceção.
Quais foram os seus
maiores desafios, como diretor, para administrar a Cia Paulista de Moda em meio
à pandemia?
R: Tive muitos desafios, pois começamos
o ano de 2020 com aproximadamente 50 eventos fechados pelo Brasil e em alguns
lugares do mundo, e praticamente todos foram cancelados em uma semana. Foi um
choque, já que tenho uma equipe de 60 pessoas que dependem disso. Contudo,
começamos a trabalhar em outros projetos, tais como consultoria e mentoria,
trazendo ações para o universo online, com a finalidade de ajudar as marcas e
os nossos clientes a navegarem no mundo digital, que se fortaleceu ainda mais
na pandemia.
- Em outubro de 2020,
fizemos o Arab Fashion Week, em
Dubai, com cinco marcas brasileiras da alta-costura, como: Vitor Zerbinato,
Sandro Barros, Emannuelle Junqueira, Maison Alexandrine e as joias de Andrea
Conti, o que nos deu um trabalho muito grande ao longo de cinco meses.
- Em 2021, finalizamos
projetos para Guiné-Bissau e Portugal. Além disso, em setembro, levamos as
criações de Vitor Zerbinato para o Milan
Fashion Week, que é uma das quatro mais importantes semanas de moda do mundo.
- Enfim, a pandemia foi um momento muito desafiador para nós da Cia Paulista de Moda, pois tivemos que fazer coisas novas e levar as pessoas a verem o mundo digital como uma porta muito relevante para a divulgação e venda de seus produtos.
Qual a sua avaliação
do legado de estilistas como Dener Pamplona de Abreu, Clodovil Hernandes, Marco
Rica e Ocimar Versolato?
R: A cada década, sempre teremos novos
talentos entrando no universo da moda e, obviamente, partindo, como no caso
desses consagrados nomes.
- Na minha concepção, Dener,
Clodovil, Marco Rica e Ocimar Versolato têm um papel
importantíssimo para a moda brasileira, pois eles deixaram um legado para a
moda atual, que é a feita sob medida, como a alta-costura, que veste mulheres
que gostam de festas. Assim como muitos outros designers internacionais, eles
sempre serão lembrados no universo fashion.
- O saudoso Ocimar
Versolato, por exemplo, esteve à frente de uma grande maison internacional
por anos, depois veio ao Brasil e abriu várias lojas com uma moda incrível!
Ressalto que sou apaixonado pela moda brasileira e por estes grandes nomes que
ajudaram a enaltecê-la.
Na sua opinião,
quais são os principais nomes da moda na atualidade?
R: Não costumo citar nomes, porque
muitos deles são meus clientes e estão envolvidos em alguma de minhas
consultorias/mentorias. Mas, dentre tantos talentos do Brasil, vou mencionar o
designer de moda Vitor Zerbinato, meu amigo de décadas, com quem já fiz
duas ações internacionais e a terceira acontecerá em 2022.
- Sua extinta grife chamada
Madame X deu lugar à marca que agora leva seu nome. Vitor sempre teve um
diferencial, pois faz um trabalho primoroso, juntando arquitetura e moda. Suas
roupas caem perfeitamente no corpo feminino, seja nas peças de alta-costura, no
“Prêt-à-Porter”, no casual ou no comercial. Tudo que ele faz é muito bem-feito.
Sem contar que Vitor é de uma humildade gigantesca, com uma vontade ímpar de
crescer e de aprender.
Na sua avaliação, a que se deve o seu sucesso na área de moda?
R: Sucesso é algo que vem do
trabalho, e eu trabalho com moda há 33 anos. Portanto, já vi, vivi, senti e fiz
muitas coisas para a moda brasileira. Na realidade, o meu trabalho se baseia em
duas pontas: a indústria e o consumidor final, e esse último está cada vez mais
exigente na hora de comprar, pois muitos já aderiram ao consumo consciente.
- Meu trabalho é árduo,
pois estou o tempo todo voltado para a pesquisa, envolvido com marcas
iniciantes e famosas, nacionais e internacionais, e com as pessoas que gostam
de fazer, comprar e vestir moda. Hoje, meu papel é o de levar um conteúdo
verdadeiro, com muita informação e sabedoria, para que as pessoas comprem cada
vez mais de forma consciente, e que a indústria da moda possa fazer uma moda
mais eficiente a cada dia.
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João Costa. Acesse aqui.