Já se fora, lamentavelmente, os tempos em que o Natal era uma época marcada pela troca fraternal de amor, carinho e solidariedade. Seja entre amigos, entre familiares e com todos, salvo exceções. Digo isto, porque percebo imperar no seio da civilização moderna, o consumismo exacerbado, arraigado de um materialismo desmedido. Nada contra ao consumo, mas que este se dê de maneira consciente e, sobretudo, que nesta data, na qual, se convencionou comemorar o nascimento de Jesus Cristo, independentemente de religião, todos possam compreender a essência do espírito natalino. Algo que, transcende as barreiras de meros bens materiais que, com o tempo precisam ser substituídos por outros.
Perceber que a realidade atual não é como antes é descortinar o manto diáfano que, cobre as ilusões e, sobretudo, tirar as máscaras que encobrem a hipocrisia. É acordar e olhar para os lados e vir que enquanto se fala em fartura e na compra de presentes, temos em contrapartida, um contexto de muita miséria. Pessoas sem o mínimo necessário e, ainda junto a isso, um misto de discórdias e ódios. Antes, tínhamos campanhas de imenso relevo social, como o “Natal sem Fome”, projeto encabeçado pelo renomado e saudoso sociólogo brasileiro, Herbert de Souza, mas conhecido como Betinho. Hoje contamos com a boa vontade de poucas organizações ou pessoas generosas. Sei que, se trata de uma constatação muito impactante, mas é importante encarar a verdadeira face dos fatos, a ter que viver na comodidade de assistir a degradação de um seguimento da sociedade que nada tem e, de outro lado um percentual da população que, possuí quase tudo, mas, no entanto, nem sempre tem felicidade, pois a alegria de viver não está ligada ao dinheiro, bens materiais e etc. Ter está percepção consciente e real sobre a vida faz toda a diferença. Enfim, sinto que, a luta por uma vida digna e igualitária para todos a cada dia torna-se distante. Isto precisa mudar. Os movimentos sociais e o engajamento de todos são peças elementares, mas para isso é preciso se ter consciência e espírito solidário. Quando falo da importância de colocar-se no lugar do outro, não necessariamente quero intuir a idéia de que, se deva dar tudo de mãos beijadas a alguém, mas sim incutir o propósito de ajudar oferecendo instrução por meio de conselhos, fazer um encaminhamento para o mercado de trabalho e de certa maneira dar carinho, sem, contudo, deixar de mostrar a mesma, a importância do trabalho.
Sempre procuro discutir questões sociais, a fim de ir ao encontro de todos, pois tenho uma visão global e não seguimentada. Não olho para uma parte da civilização, mas penso em todos. Aliás, que sentido teria o natal falar de amor, ter tudo e olhar para os lados com uma visão egoísta, individualista e mesquinha de que, ah, lutei para ter o que tenho. Cada um que faça a sua parte. Está frase por mais absurda que seja existe. Digo absurda não em todo o contexto de seu sentido, até porque de fato, todos nós, indistintamente temos que fazermos a nossa parte. Entretanto, seria fácil falar isso se todos tivessem a mesma oportunidade. Infelizmente não é o que vejo. Neste natal, espero que, ao sentarem-se a mesa, todos reflitam sobre estas palavras. Consoante a imagem em tela, meu lema é: "Estenda as mãos, ofereça amor e reparta o pão". Aproveito a oportunidade, para agradecer a todos do Brasil e do mundo pelo prestígio e credibilidade dedicados ao trabalho que faço aqui, durante esses anos! Contudo, desejo a todos do Brasil e do mundo, um natal rico em saúde, felicidades, reflexão, solidariedade, amor e, sobretudo que Deus, independente de credo religioso, os iluminem ainda mais, bem como que, o ano de 2015 seja marcado pela concretização de todos os vossos sonhos!!! Feliz festas e excelente dia!!!
João Luciano Silva da Costa.