
Os poderes judiciário, executivo e legislativo precisam juntamente com a sociedade civil abrir um debate público, a fim de que, encontremos uma saída para elucidação dos fatos e a erradicação da violência em nível nacional. Trata-se de uma questão de suma importância e de utilidade pública. Discute-se de maneira leviana, sobre a liberação de armamento, diminuição da maioridade penal sem sequer submeter todo o contexto a uma fria análise. Não adianta no afã do momento, criar medidas que em nada contribuam para o progresso do país. O grande problema, é que, durante anos a educação foi deixada em segundo plano, pelos governantes e nesta direção as crianças foram crescendo e as consequências são inevitáveis. Não dá para ignorarmos que o estado falhou e tem falhado, assim como muitos pais e mães que, passaram a afrouxar a cobrança e o rigor com que tratam os seus filhos. Atualmente, as crianças são criadas soltas sem um direcionamento. Logo, o que esperar de uma juventude que era para ser o futuro da nação?? Há que se ter a parceria entre o estado e a família por meio da escola. Não adianta projetar para o estado toda a culpa das mazelas sociais. A educação começa em casa. Sabemos que os tempos são outros, mas entendemos também que existe uma palavra que, a meu ver, encaixa-se perfeitamente neste contexto, a adequação! Novos tempos, novas medidas e tratamento a altura para a situação atual. Uma lástima o que estamos acompanhando. A questão é mais profunda do que se pode imaginar, pois a violência reside em milhões de pessoas a partir da falta de palavras que fazem toda a diferença no dia a dia, tais como; bom dia, por favor e obrigado. O amor pelo próximo tem se perdido e não é de hoje. As pessoas, sem generalizar, estão cada vez mais, distanciadas umas das outras e de si mesmas. Não há um entendimento pleno de que, nós seres humanos, temos a nossa plenitude quando agimos com empatia, ou seja, quando possuímos a capacidade de colocar-se no lugar do outro, quando fazemos pelo nosso próximo o que queremos que façam por nós. Parece que falar deste tema fazendo uma análise antropológica das relações sociais é algo que afasta-se do sentido, mas tem tudo a ver, pois sabemos que, enquanto não houver a conscientização sobre determinados valores deixados para trás, por conta de um pseudo avanço não conseguiremos atingirmos o progresso que tanto almejamos. Quando falo, pseudo avanço, é no tocante ao desenvolvimento de tantos segmentos da tecnologia. A despeito do desenvolvimento tecnológico, parece-me que, temos tido avanços e retrocessos e quando há mais retrocesso humano e avanço das máquinas é preciso que, nós comecemos a nos preocuparmos e muito com todo o contexto, e não apenas com parte dele. As questões aqui, discorridas buscam abranger a essência dos fatos e levar todos a reflexão sobre o sentido que temos dado a vida e de como estamos nos tratando e tratando o nosso próximo.
A cultura de paz é algo muito bonito de se ouvir e ler, mas a harmonia que produz a paz encontra-se no exercício do amor incondicional ao próximo. Deixo o registo dos meus mais sinceros sentimentos de pesar, a todos os familiares das vítimas, e a todos os moradores de Suzano.
João Luciano