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24 de abril de 2020

Juiz Sérgio Moro Pede Demissão e Entra para a História

    Foto: veja.abril.com.br

    Com o seu pedido de demissão, na manhã de hoje, o Juiz Sérgio Moro deixa o cargo de Ministro da Justiça e entra para a história brasileira. Desta feita, Moro saí como o juiz e ministro mais bem avaliado do Brasil. Contudo, a realidade que se desnuda no curso da pandemia (COVID - 19): coronavírus da síndrome respiratória aguda gravemostra-nos a falta de serenidade e seriedade do presidente, Jair Bolsonaro. No caso do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o juízo foi o de que, parte, Mandetta teria saído do governo pela falta de respeito as decisões do presidente da república, Jair Bolsonaro. No entanto, hoje, o ministro da justiça: Sérgio Moro, pediu demissão do cargo sob o argumento, dentre outras coisas, de que não tinha como prosseguir na função, em razão de não estar tendo a devida liberdade para exercê-lo. Sem falar na demissão do diretor geral da polícia federal: Maurício Leite Valeixo, feita pelo presidente, Jair Bolsonaro, o que ajudou na decisão de MoroA demissão do diretor da polícia federal se deu em razão de este, não aceitar a participação ou interferência do presidente: Jair Bolsonaro, no acolhimento das informações, ora, feitos no processo das investigações, acrescenta Moro. O Juiz Sérgio Moro é categórico em defender e zelar pela autonomia dos poderes. Como todos sabem, Moro capitaneou dentre outras operações, a renomada: "Operação Lava Jato". A referida operação colocou e vem colocando atrás das grades, os grandes integrantes da política brasileira. Os tidos, peixes grandes, no jargão popular. Segue abaixo, a declaração do Juiz Sérgio Moro sobre o seu pedido de demissão, por meio da Band News TV: 

História     

  Sérgio Fernando Moro, mais conhecido como Sérgio Moro nasceu na cidade de Maringá em 01 de agosto de 1972. Sérgio Moro é descendente de italianos do Vêneto, bem como, é filho de Odete Starke Moro e Dalton Áureo Moro. Seu saudoso pai foi ex-professor de Geografia da Universidade Estadual de Maringá e veio a falecer no ano de 2005. Seu único irmão, César Fernando Moro, é proprietário de uma empresa de tecnologia. A propósito, é sabido também que, a família Moro mudou-se para o município de Ponta Grossa quando Moro e seu irmão eram crianças. Moro é casado com Rosângela Wolff de Quadros Moro, advogada e atual procuradora jurídica da Federação Nacional das Apaes. Eles vivem em Curitiba e têm um casal de filhos em idade escolar. Além de sua carreira profissional, pouco se sabe sobre sua vida pessoal. Em reportagem feita em dezembro de 2014 pela: IstoÉ, Moro se descreveu como uma pessoa de "estilo reservado e hábitos simples".

Formação e Carreira

     Moro é jurista, ex-magistrado e professor universitário brasileiro. Foi juiz federal, professor de direito processual penal na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e era ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil.  Possuí graduação em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, em 1995, concluiu o mestrado e o doutorado na Universidade Federal do Paraná.  Especializou-se em crimes financeiros e tornou-se juiz federal em 1996. Durante seus estudos, estagiou em um escritório de advocacia por dois anos. Formou-se em 1995. Recebeu o título de mestre em 2000 pela Universidade Federal do Paraná com a dissertação Desenvolvimento e efetivação judicial das normas constitucionais, orientado pelo professor Clèmerson Merlin Clève. Em 2002, concluiu o seu doutorado em direito do estado na mesma instituição, com a tese Jurisdição constitucional como democracia, orientado por Marçal Justen Filho. Moro também cursou o programa de instrução de advogados da Havard Law School em 1998 e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.  Em 1996, começou a lecionar na Universidade Federal do Paraná, tornando-se professor adjunto de direito processual penal da UFPR em 2007. Em 8 de março de 2018 foi exonerado, a pedido, do cargo de professor da UFPR, passando a partir de então a ser professor titular do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), lecionando nos cursos de graduação e mestrado dessa instituição.

Trabalhos e Resultados 

   Trabalhou em casos como o escândalo do Banestado e a Operação Farol da Colina. Também auxiliou, no Supremo Tribunal Federal, a ministra Rosa Weber durante o julgamento dos crimes relativos ao escândalo do Mensalão.  Em 12 de julho de 2017, condenou o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão, sendo essa a primeira vez na história do Brasil em que se condenou criminalmente um ex-presidente da República, decisão esta mantida em segunda instância. Sua atuação na condução da Lava-Jato rendeu-lhe prêmios e críticas. O magistrado  ganhou enorme notoriedade nacional e internacional por comandar, entre março de 2014 e novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato que, segundo o Ministério Público Federal, é o maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo grande número de políticos, empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras. Em novembro de 2018, aceitou ser Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro tendo pedido exoneração do cargo na magistratura. Em 20 de novembro de 2018, foi nomeado Coordenador do Grupo Técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição Governamental e tomou posse como ministro em 1° de janeiro de 2019. O Ministério da Justiça acumulou responsabilidades do Ministério do Trabalho, que foi extinto no governo Bolsonaro, tais como as competências de concessões de cartas sindicais e fiscalização de condições de trabalho. Em 24 de abril de 2020, Moro pediu demissão em entrevista coletiva após intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal. 

  Considerações

   É sabido, que desde 2018, o presidente Jair Bolsonaro e seus três filhos são alvo de 6 frentes de investigação da Policia Federal. Fonte: BBC News. Saiba mais a este respeito no site da BBC New: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50810066. São inúmeras contribuições, que o juiz Sergio Moro fez ao Brasil e imensa a falta que o ex-ministro fará a frente do Ministério da Justiça, dada a pessoa serena e diligente que é.  

 Finalizando

    O atual cenário é temerário. Estamos diante de uma pandemia e de um governo, que a cada dia se torna ainda mais ilegítimo por meio de seu perfil totalitário, ditatorial e sem crédito. O descrédito vem de inúmeras atitudes que toda a população brasileira vêm acompanhando pela imprensa. Que Deus, independente de credo religioso, olhe por todos nós. 

    


João Luciano





4 comentários:

  1. Realmente, estamos em um momento extremamente delicado e prestes à entrarmos em um caminho sem volta. Caminho este de desolação ou de reestruturação com verdade e responsabilidade. Parabéns por mais esta espetacular matéria João Luciano. Um fraterno abraço aqui de Minas Gerais do Xexéu Keyroga

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    1. Todas as suas ponderações, vão de encontro a cerne de toda a questão aqui, abordada caro amigo e leitor, Xexél Keyroga. Precisamos nos unirmos para reverter esta situação. A sociedade precisa se unir. Fraternal abraço!

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  2. Tenho sérias e várias divergências do Moro. Mas, saber que o presidente quer interferir nas investigações da Polícia Federal é uma questão muito preocupante. Resta saber o que mais ele tem a relatar, como disse que teria. A meu ver, deveria.
    Na verdade ele não se demitiu por discordar dos rumos do governo, mas, sim, por não aceitar a demissão de um profissional indicado por ele, sem justificativa.
    Imagino que muita coisa está "por baixo do tapete".
    Temos visto as inúmeras denúncias feitas pelas pessoas que se desligam, ou são desligadas, do governo. São denúncias graves, que devem ser investigadas. Porém, quem as investigariam?

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    1. Prezado, Fábio Kleine! Não aceitar a demissão do Diretor Geral da Polícia Federal, foi umas das discordâncias. Em entrevista o ex-juiz Sérgio Moro (23/04) deixou claro, que vinha tendo outras divergências com o presidente da república. Ele não se digladiava publicamente com o presidente, em razão de não querer travar um embate desnecessário. Contudo, a demissão do diretor foi o estopim para Moro decidir sair do Ministério da Justiça. Quanto aos demais fatos a PGR: Procuradoria Geral da República irá apurar. Sem falar de uma possível CPI que estar por vir.

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