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13 de maio de 2020

A Abolição da Escravatura em Tempos de Pandemia



  Mais do que falar das amarras físicas é falar das amarras psicológicas, as que ficaram na mente. Inclusive, a que inferioriza, amordaça, deprecia e nunca faz do preto protagonista, e, portanto, bem colocado - mas sim refém de limites. Limites estes, que na minha concepção, está no céu. Ou seja, todos deveriam imaginar-se como grandes vencedores e ter os mesmos direitos. Mas o preto no fundo não se vê como merecedor de tal conquista. Precisamos livrar nossa história da mancha da ilusão e trazer à baila o que de fato influencia. Abolição da escravatura é uma mazela histórica! O que falar acerca de uma data que teoricamente acabou com "escravidão"? Pois é, fica a reflexão, porque na verdade, a escravidão nunca acabou. Isso mesmo. O regime escravocrata só ganhou escopo social e arcabouço jurídico a fim de estabelecer regras de como disciplinar as rédeas de uma "ESCRAVIDÃO LEGAL". Complicado pensar e vê com profundidade a real verdade dos fatos. Foto: Reprodução de tela de Johann Moritz Rugendas

  O nome só muda de escravidão para legalização de práticas, que outrora eram feitas por meio de açoites e covardias, a luz do dia. Hoje as covardias são praticadas na calada da noite ou na madrugada por meio de senhores que estão resguardados com as vestimentas parlamentares e que votam leis a favor de si próprios. Salvo exceções. Difícil entender como liberdade a jornada de trabalho intermitente que aumenta o trabalho e diminuí o salário da classe pobre, do discurso que diz proteger o menos favorecido do sofrimento como desculpa para tirar ainda mais, desta classe tão sofrida. O que mais se vê nas favelas e palafitas deste mundão, são muitas pessoas morrendo como se fosse ladrão. Antes morria-se nos porões dos navios negreiros, das surras dadas pelos "SENHORES DE ENGENHO", hoje se morre de fome, indigência, descaso ou como queiram classificar... O que falar sobre isso? Se não bastasse, alguns pretos por meio de suas tristes atitudes, põem no cabresto outro preto - sem falar de alguns movimentos que são levianos em falar aos altos brados de seus direitos e que na prática possuem as mãos sujas com a hipocrisia de não possuir, a vergonha na cara, de que estão em muitos casos, sendo algozes de si mesmos, usando de uma pseudo justiça para punir os seus pares. No entanto, a discussão não tem fim, pois falar da cor preta ou da cor branca em si, já é um ato de discriminação, pois não somos e nem podemos ser identificados por cor como se fôssemos um pedaço de pano. Somos seres humanos e com tal dignidade que todos devem ou pelo menos deveriam ser tratados. No front das emergências por conta da COVID-19, muitos morreram e tantos outros estão morrendo, e na hora de ser enterrado, nem o direito de ser velado este tem tido. Tempos difíceis, mas eis aí a mais absoluta verdade. 

  Desta feita, falar dos fatos como o são e fazer com que a humanidade reflita é mais do que abraçar um ideal ou defender uma bandeira, mas sim prestar um serviço de utilidade pública. Em tempos de pandemia, aguda crise sanitária, econômica, política e social cabe, a todos nós cidadãos, buscar um ponto de equilíbrio para não perder a sanidade em meio a tanto radicalismo, intolerância, desamor, mau-caratismo e hipocrisia. 





João Luciano

2 comentários:

  1. É isso, meu amigo. Estamos em um momento que temos a chance de repensar nossas atitudes, nossos valores e crescermos como seres humanos que somos.
    Belo e verdadeiro texto.
    Grande abraço.

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    1. Prezado, Fábio Kleine! Gratidão pelo reconhecimento, amigo. Sempre digo, que só conseguiremos resolver as mazelas presentes em nossa humanidade, quando a maior parte da sociedade for corajosa o bastante, para admitir os fatos como o são, sem máscaras e firulas.

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